A Doença

QUE TIPO DE DOENÇAS SÃO?

As mucopolissacaridoses (MPS) são doenças hereditárias do metabolismo, do grupo das doenças de sobrecarga lisossomal. Integram um grupo de doenças genéticas, raras, degenerativas, causadas por deficiência da atividade de enzimas específicas que existem no interior de um compartimento celular designado lisossoma.

 

O QUE É O LISOSSOMA?

O lisossoma é um organelo (compartimento) celular que contém enzimas capazes de degradar diferentes substâncias. A sua principal função, entre outras também muito importantes, é a digestão de grandes moléculas e, assim, a manutenção da "limpeza celular". A alteração do seu normal funcionamento repercute-se em todos os sistemas celulares.

 

OS MUCOPOLISSACARÍDEOS E AS ENZIMAS

Os mucopolissacarídeos ou glicosaminoglicanos (GAGs) são açúcares complexos, importantes na formação da estrutura celular dos diferentes tecidos e órgãos, principalmente do tecido conjuntivo. Quando os GAGs necessitam de ser reciclados, existem enzimas no lisossoma que são responsáveis pela sua degradação. A deficiência destas enzimas conduz a que estas substâncias complexas não sejam adequadamente degradadas, acumulando-se progressivamente nos tecidos e órgãos.

A produção de cada enzima é controlada por um gene específico. Quando esse gene sofre mutações, a produção da enzima é afetada, com ausência ou diminuição da sua atividade, levando à ocorrência de doença.

 

QUE TIPOS DE MPS EXISTEM?

Existem 7 tipos diferentes de mucopolissacaridoses, divididos em subtipos (tabela 1). A idade de início e a evolução da doença são muito variáveis, estando dependentes do tipo de alteração genética causal e, consequente, atividade residual da enzima.

A incidência global estimada das diversas MPS é de 1 indivíduo afetado em cada 25.000 nascimentos.

Tabela 1: Tipos e subtipos de MPS

 

Tipos

Subtipos

Enzima deficitária

Gene

MPS I

Hurler (H)

   α-L-Iduronidase

 

IDUA

Hurler-Scheie (HS)

Scheie (S)

MPS II

A, B

   Iduronato-2-sulfatase

IDS

MPS III

A

   Sulfamidase

SGSH

B

   α-N-acetilglucosaminidase

NAGLU

C

   Heparano-α-glucosaminida-   N-acetiltransferase

HGSNAT

D

   N-acetilglucosamina-6-sulfatase

GNS

MPS IV

A

   Galactose-6-sulfatase

GALNS

B

   β-Galactosidase

GLB1

MPS VI

 

   N-acetilgalactosamina-6-sulfatase

ARSB

MPS VII

 

   β-Glucoronidase

GUSB

MPS IX

 

   Hialuronidase

HYAL1

 

 

COMO PODEREMOS RECONHECER AS MPS? (Ver secção Persiga os Sinais)

Nas MPS, todo o organismo pode ser afetado e as principais manifestações clínicas incluem alterações progressivas do aspeto corporal.

Os sinais são muito semelhantes nos diversos tipos de MPS, havendo, contudo, alguns aspetos mais característicos de cada tipo. Estes sinais não surgem todos ao mesmo tempo, mas vão ocorrendo de modo progressivo.

Os indivíduos com a mesma doença não manifestam obrigatoriamente os mesmos sinais, podendo-se registar quadros de diferente gravidade. De um modo geral, as situações clínicas são mais graves, com envolvimento neurológico severo e progressivo, quanto mais cedo surgirem os sinais de alerta.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE MPS?

O diagnóstico é realizado pela determinação da atividade enzimática, numa amostra de sangue (fresco ou seco em cartão), ou por teste genético.

 

EXISTE TRATAMENTO?

Não há uma terapêutica curativa para as MPS. A terapia sintomática é muito importante, de modo a controlar os problemas que surgem ou até evitar que apareçam ou agravem muito. São exemplos de terapêuticas sintomáticas as cirurgias; o controlo de infeções, inflamações e epilepsia; os tratamentos oftalmológicos, dentários, cardíacos; as terapias de reabilitação entre muitas outras atitudes de suporte.

Para as MPS tipo I, II, IVa, VI e VII está disponível terapêutica enzimática de substituição (TES). Esta terapêutica consiste na administração regular (semanal) de uma enzima recombinante análoga à enzima em falta. De modo geral, a TES é segura e bem tolerada. Parece melhorar o prognóstico, tanto mais quanto mais precoce for o seu início. Apresenta, contudo, a importante limitação de não penetrar no cérebro, e consequentemente não impedir o atingimento neurológico, e ter baixa atividade nos olhos, osso e coração.

Na MPS tipo IH, quando o diagnóstico é feito precocemente, pode haver benefício em realizar o transplante de medula óssea ou tecidos similares.

 

ONDE POSSO SER TRATADO?

As equipas multidisciplinares, com intervenção de especialistas de diferentes áreas, presentes nos Centros de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo distribuídos a nível nacional, estabelecem planos de seguimento e tratamento personalizados (ver secção contatos).

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